Como o design está envolvido com emoções como tristeza, fúria, contentamento, alegria e amor? É uma longa história que remonta à Antiguidade e a uma corrente de pensamento que constantemente nos lembra de que somos pessoas criando para pessoas, não para audiências, usuários ou números. É dessa forma que o trabalho assegura uma função além de apenas um material gerado para fins publicitários ou estéticos, por meio do Humanismo.
O Período Clássico e o Humanismo
O período Clássico na Grécia envolveu a adoração da figura humana e um pensamento e filosofia orientados ao homem, em detrimento do período anterior de idealização do divino, princípios sobre-humanos e arte voltada principalmente a obras arquitetônicas distantes de envolvimento emocional direto. Com o olhar direcionado para a vida humana e a experiência individual, a arte teve enorme evolução em sentidos funcionais e culturais, como a própria expressão e compartilhamento de essências vividas entre populações, ou o direcionamento e criação do design voltado profusamente para a funcionalidade da prática humana a partir de nossas dores, e não unicamente a visão da arte como tendo exclusivamente função estética.
A Evolução da Arte e do Design
Surgiu um novo entendimento quanto ao valor e propósito da arte: se as necessidades humanas são negligenciadas e o processo criativo não mais atende ao princípio de ser orientado ao ser humano como uma resposta adequada a suas dores, a arte perde sua causa e propósito, como uma planta sem raiz. Desde o Iluminismo, o antropocentrismo se aprofundou cada vez mais e a arte adquiriu um viés expressivo da vida de pessoas normais, rotinas e problemas, alcançando, no Século XXI, funcionalidade destacada na área da publicidade e design. Afinal, o propósito de desenvolver arte sempre estará presente, é intrinsecamente humano.
O Humanismo na Era Digital
Essa visão íntima promove o humanismo em uma área quase exclusivamente digitalizada, um diferencial importante e que se provou repetidas vezes na história da humanidade como indispensável para o desenvolvimento e inovação da espécie. Transformando-se tanto em forma quanto em contexto conforme a evolução e globalização, o ser humano nunca deixou de ser o foco da esfera criativa e idealizadora de soluções. Destacar-se em meio ao mundo orientado pela competição não envolve apenas conhecimento técnico, estético e de mercado. Conquistar seres humanos e olhar para suas vidas e dificuldades, posicionando-os como centro de ideação, torna possível desenvolver produtos de qualidade e adequados a cada um em sua singularidade.
Design Humanista
Como função social, o design é bastante influenciado por pensamentos humanistas. No princípio e no fim dos trabalhos de design e artístico, sempre estará o ser humano, que busca (mesmo inconscientemente), por meio de nossas criações, sentir-se visto e valorizado. O design humanista deverá ser acessível e capaz de forjar conexões emocionais duradouras entre marcas e corações, como enfatizamos na Beaver.